quarta-feira, 17 de junho de 2009

Incostancia

Parece facil controlar o tempo
ou segurar o vento
na palma da mão
como um velho louco
dedilhando as notas de uma canção
num igualmente velho, oco tronco
dito violão


O mundo ri-se
da angustiante tentativa
de Atlas [o titã ]
em carregar nas costas
justa pena
além da humanidade

E vão se desfiando como contas
execuções das improbabilidades
escalar montanhas e ver a lua
no dia do diluvio...

Porque o auge da lei
é a vontade
sem freios, sem comando feito fera
sem medo, nem tamanho
nem medida
sem estar submissa ao que é real
renegando a noção do impossivel...

Tenho as contas de um rosario enigmatico
onde a minha sanidade se perdeu
dissolvendo a logica matematica
e a ordem pratica dos meus caminhos

Os meus olhos fecharam no cansaço
minha mente se abriu incosciente
entre o fremito e o clamor
de não saber nem onde estou,
nem pra onde o vento me leva


Sei que voo
Acima de todas as expectativas
pairo sob o ar como pluma
já não me importando o caminho
ou descaminho para que me inclino

Basta que a brisa leve, me carregue
e eleve, sob o sol
que me aqueça sem limites
e me enlaçe [me adormeça]
sob a luz do amanhecer....

3 comentários:

  1. Yara, a cada dia você se supera e me surpreende com seus belos poemas.

    Este de um modo especial, me lembra a impotência de não se poder ter o domínio das situações que nos advém.

    Destaquei esse trecho:
    O mundo ri-se
    da angustiante tentativa
    de Atlas [o titã ]
    em carregar nas costas
    justa pena
    além da humanidade

    Emocionou-me seus versos em cada linha e o poema como um todo.

    Breve vou lhe pedir para postar um deles no meu blugue. Se vc permitir, é claro!

    Aplausos, minha querida!

    Beijos

    Mirse

    ResponderExcluir
  2. Ooo Mirse, minha querida... me alegra muito ver que consigo lhe causar emoção...embora não me julgue tão capacitada assim... não considero meus poemas dignos de seu blog...que habitualmente é morada de grandes nomes....mas me sinto muito honrada com a possibilidade....

    Beijos.

    ResponderExcluir
  3. QUEM ÉS TU PRA FALAR DO TEMPO?
    QUEM ÉS TU PRA ME DAR ESPORROS?
    COM TEU TAMAMHO PEQUENO E CARA PATETA. COM TEU SOTAQUE CARIOCA E TEU CARINHO IMENSO.
    O TEMPO NÃO PÔS SUAS GARRAS EM TI, MENINA ADORADA.
    O POEMA NÃO PODE SER LIDO PENSANDO EM TEU ROSTO. PORQUE É TÃO BEM ESCRITO, TÃO BOM, QUE O ANACRONISMO DELE SE TORNA ESTRANHO. POR SER UM ANACRONISMO DE TEMPO E ROSTO. COMO SE SEU ROSTO, LINDO E TERNO, NÃO ADEQUASSE AO POEMA.

    ResponderExcluir