quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Olhares


Vida e vidraças transparentes

até onde vê-se

o ato fato

erroneo verso

sem sentido


Das palavras doentes

do menino quieto

num medo absurdo

da visão mais clara

quase cor de alma


Dos versos não dito

refeitos

escondidos

proibidos

na profunda repressão


Do medo latente

em qualquer julgamento

de jovens passantes

sem convicção


Sorriso amarelo

plantado no rosto

pior que palhaço

CONTRA-cenando

acenando o que não sente



São milhares de cacos de vidro

no quintal

do jarro favorito

de minha avó


Vitrais são feitos

de cacos de vidro

[pensei]

e não há mais belos



Será que alguém

quando feito aos pedaços

tem beleza?

[perguntei]


Tilintam cacos

de vidro e gente
no meio da tarde

uma obra de arte...

aos pedaços.

Um comentário:

  1. Mais um belo poema Yara!

    Estava com saudades!

    Ninguém, quanto feito aos pedaços, tem beleza.

    Mas nos seus versos tem.

    Parabéns!

    Beijos

    Mirse

    ResponderExcluir