sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Amanhecer


Olhando as letras

num teclado que dança

ante meus cansados olhos

me pego confabulando

a fabula de existencia

[e de ser]


Quantas tantas palavras

que esperam

pacificamente

em indiana fila

de um suburbio mental

[desconhecido]

o direito de aparecer


Desde a simples figuração

ou artista principal

nexo causal ou nucleo da historia


Esse conto

de faz de conta

que na verdade

ninguém contou


Aglomeram-se as pobrezinhas

entretantos

empurrões

Mas eu penso

Tenham calma!!!

Ou tudo ha de acabar

em reticências


Como vou selecionar meu elenco

traduzir sentimento

palavras ao vento

ou jogadas no mar


Que no afã desepero

atirei aquelas

que não sabiam nadar


Nisso afoga o poema,

o sentido e o desejo

na maré dos medos

sem bote e sem ar.

3 comentários:

  1. COMO PODE ISSO?
    VOCÊ É MULHER, RICA, NOVA, GOSTA DE FESTAS E BALADAS, COMEÇA UM POEMA (ESSE) COM UM LUGAR COMUM, UM IDIOTICE POÉTICA:


    Olhando as letras


    num teclado que dança


    ante meus cansados olhos


    me pego confabulando


    a fabula de existencia.


    MAS DEPOIS FAZ VERSOS ESPETACULARES, LINDOS E ORIGINAIS, COMO:


    Quantas tantas palavras


    que esperam


    pacificamente


    em indiana fila


    de um suburbio mental


    [desconhecido]


    o direito de aparecer.



    É ISSO QUE É MISTÉRIO EM VOCÊ, ESSE É SEU SEGREDO. ESSE É MEU ENCANTO.

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  2. Belíssimo, Yara!

    O que não sabes transformar em lindos poemas como este? Palavras em filas indianas, outras tentando não ir ao mar.... enfim DIVINO!

    Parabéns, amiga

    beijos

    Mirse

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  3. Realmente divino, o que mais gostei foi a sua originalidade inserida em cada palavra tornando o poema rico e com uma delicadeza encantardora!!! Muito lindo!! Parabéns!!!

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