sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Amanhecer


Olhando as letras

num teclado que dança

ante meus cansados olhos

me pego confabulando

a fabula de existencia

[e de ser]


Quantas tantas palavras

que esperam

pacificamente

em indiana fila

de um suburbio mental

[desconhecido]

o direito de aparecer


Desde a simples figuração

ou artista principal

nexo causal ou nucleo da historia


Esse conto

de faz de conta

que na verdade

ninguém contou


Aglomeram-se as pobrezinhas

entretantos

empurrões

Mas eu penso

Tenham calma!!!

Ou tudo ha de acabar

em reticências


Como vou selecionar meu elenco

traduzir sentimento

palavras ao vento

ou jogadas no mar


Que no afã desepero

atirei aquelas

que não sabiam nadar


Nisso afoga o poema,

o sentido e o desejo

na maré dos medos

sem bote e sem ar.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Idiossincrasia


O globo do meu olho é o mundo

de uma íris castanha de terra

e não azul de mar

fincando os pés no chão


Ouço histórias de ritos e credos

passos secos

pés descalços

mãos que abarcam

cinco filhos e um cachorro

é sertão!!


Ouço a chuva distante

mato verde... mas rude

travessia em cavalos

no açude, é agreste!!


Ouço o vento que bate

na madeira derrubada

e a despedida dos troncos

hoje canaviais

isso é zona da mata rapaz!!



E o ar condicionado, no ultimo andar

do edificio que bloqueia o vento

com mesas de mil troncos

e pouca chuva...
isso é capital e capitular....



São só meus cones

e bastonetes

infimas particulas da minha visão

são PONTOS de vista


Passando em revista

resumindo a prosopopéia

isso é a terra que não nasci


Louvando a conquista

temendo as arestas

arremato em meu ponto

exato do globo


Isso é o extrato

de cabra da peste

com homem high tech

Nordeste, Brasil!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Extrato etereo


Um fruto de universo traduzido
um toque de flautim na velha tarde
quatro gotas de orvalho
fugidias
no distante amargor
da erva mate


Oito sinos tocando na cidade
entre esses quatro pontos cardeais
cinco sons entre noite e alvorada
musicais... sete notas...semitons


Houve o brilho da estrela matutina
céu azul, noite clara
amanhecer

O escuro que passa
deixa as dores...a ausencias das cores
dos fulgores
a saudade vermelha
os olhos negros
um sorriso amarelo
e um adeus


Foi laranja a fruta da estação
que alaranja no tom
o entardecer

Mas seria mais justo fosse chuva
transparente nuance
furta-cor
diante de tudo
DIAmante
ante [o nada]
presente do instante


Mil e uma vertigens
acho graça
nos dois mil sentimentos
pensamento, fragmentos...
das verdades [unicas verdades]
suas, minhas
por todas as partes.


Um Nêutron, um elétron, um próton
seis quarks
de tudo que existe...

Um banco genético
ou fisico ou quimico
Receita de bolo.


Três partes de sonho
Uma de loucura
duas de abandono
e uma poesia.